Projeto apoiado pela Funcap resulta em artigo publicado pelo grupo Nature

12 de abril de 2021 - 16:09

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicaram no último dia 26 de março, um artigo inédito sobre o fenômeno de mortalidade em massa de larvas de um inseto aquático, encontrado na unidade geológica Formação Crato, no Nordeste do Brasil.

A publicação, realizada na revista Scientific Reports, do grupo Nature (um dos mais conceituados do mundo), é um dos resultados do projeto “Análise quanti-qualitativa da assembleia fossilífera da Formação Crato (Grupo Santana) da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil”, apoiado pela Funcap através do edital Bolsa de Produtividade em Pesquisa, Estímulo à Interiorização e à Inovação Tecnológica (BPI) e que financia alguns cientistas que participaram do trabalho.

De acordo com o professor Álamo Saraiva, da Urca, que é coordenador do projeto e um dos pesquisadores apoiados pela Funcap, o trabalho de Descoberta e análise de uma mortandade de insetos fósseis foi o primeiro no mundo. A espécie estudada foi do grupo Ephemeroptera, cujos exemplares são conhecidos popularmente como efêmeras. Eles têm esse nome porque são seres extremamente primitivos e têm apenas dois dias de vida após a metamorfose, o suficiente para cópula e postura dos ovos, que garante a perpetuação da espécie até os dias atuais.
Uma das possíveis contribuições da pesquisa, segundo o professor Álamo, é ajudar o entendimento do fenômeno do aquecimento global. O estudo constatou que a mortalidade em massa dos insetos foi causada, entre outros fatores, por mudanças climáticas. “Não havia, com espécies de insetos fósseis e bioindicadores que viveram em eras passadas, evidências de que isso acontecia”, explica o pesquisador.
Ele ressalta que insetos são bons indicadores de variações ambientais e o estudo mostra que variações na temperatura e na umidade do ar causam mortandade desde o período Cretáceo. “È uma indicação do que poderia acontecer nos dias atuais, já que estamos no início de um aquecimento global e nos leva a refletir como mortalidades em massa podem atingir a espécie humana”, conclui o professor.

Veja vídeo com o professor Álamo falando sobre o trabalho