Mudas clonadas de palma forrageira são promessa para alimentar os rebanhos em períodos de estiagem

20 de fevereiro de 2017 - 15:17

Levantamento feito pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) no último trimestre de 2016 mostrou que de 2012 a 2016 o Ceará registrou apenas 516 milímetros de chuva. Entrando no sexto ano de seca, o estado enfrenta dificuldades com as precipitações abaixo da média, o que tem gerado fortes prejuízos para a cadeia da pecuária e do agronegócio.

Por causa das incertezas climáticas e do fenômeno das secas periódicas no Nordeste do Brasil, as cactáceas, graças ao seu baixo consumo e à grande capacidade de armazenamento de água, mostram-se como uma alternativa de alimento para os rebanhos do semiárido. A empresa BioClone Produção de Mudas, através do projeto de clonagem da palma forrageira (Opuntia Spp.) resistente à cochonilha e sem espinho, tem como propósito focar no fornecimento de alimento de baixo custo de produção, tolerante à seca e com alto teor energético, para a cadeia da pecuária e a criação de pequenos ruminantes.

A iniciativa conta com apoio da Funcap através do edital Inovafit. Roberto Caracas, responsável pelo projeto, quer tornar a produção do Ceará equivalente à de outros estados do Nordeste. Segundo ele, a ideia é, montar inicialmente, em parceria com a Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), “vitrines tecnológicas no Alto, Médio e Baixo Jaguaribe para que esse modelo de produção de alta performance, utilizando mudas de palma clonada, possa ser replicado e se tornar autossuficiente, como é na Paraíba e em Alagoas”.

A palma forrageira é utilizada na produção de forragem e verdura para consumo humano (principalmente no México, lugar de origem da planta), frutas frescas, cosméticos e produção de biomassa para fins energéticos (combustível ou biogás). Os produtos derivados do vegetal são comercializados nos mercados nacional e internacional – este último, especialmente Estados Unidos e Europa.

No Brasil, a palma forrageira a princípio foi trazida com o intuito de hospedar o inseto cochonilha, que produz um corante vermelho (carmim). O negócio acabou se tornando pouco rentável, como relata Roberto Caracas. “Com o avanço da tecnologia na indústria, começaram a produzir o corante de forma sintética, sai muito mais barato e rápido. Só que já tinham introduzido a cochonilha, e o que era para ser um produto, se tornou uma praga”.

O Ceará possui menos de mil hectares cultivados com palmas forrageiras, tendo grande parte de seus palmais devastados nas décadas de 1980 e 1990 pela cochonilha do carmim. Como a propagação dessa cactácea realizada por sementes apresenta baixo potencial de germinação, a situação se agrava. Já a produção através do cultivo in vitro possui alta taxa de multiplicação e uniformidade genética, além da resistência a pragas e doenças. Assim, o cultivo de espécies forrageiras, adaptadas às condições do semiárido, é uma importante alternativa para a sustentabilidade de produção nesta região.

Segundo Roberto, o objetivo do projeto “é conseguir, com as tecnologias da BioClone, produzir em larga escala mudas de palma clonadas sem espinhos, resistentes à cochonilha, com um custo mais baixo para o produtor e de alto valor genético e fitossanitário”. Ele ressalta que a palma é uma excelente fonte alternativa de renda, fortalecendo a sustentabilidade da pecuária do semiárido cearense e da agricultura familiar. 

Esse tipo de cultura, de acordo com a Bioclone, traz como um dos principais benefícios a ausência de espinhos, que facilita o manejo, tornando-o mais seguro. Além disso, o impacto ao ecossistema da caatinga é menor, pelo uso mínimo de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos. Dependendo da manipulação estabelecida na cultura, é possível não aplicar defensivos por mais de um ano.

 

 

Levantamento feito pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) no último trimestre de 2016 mostrou que de 2012 a 2016 o Ceará registrou apenas 516 milímetros de chuva. Entrando no sexto ano de seca, o estado enfrenta dificuldades com as precipitações abaixo da média, o que tem gerado fortes prejuízos para a cadeia da pecuária e do agronegócio.
 
Por causa das incertezas climáticas e do fenômeno das secas periódicas no Nordeste do Brasil, as cactáceas, graças ao seu baixo consumo e à grande capacidade de armazenamento de água, mostram-se como uma alternativa de alimento para os rebanhos do semiárido. A empresa BioClone Produção de Mudas, através do projeto de clonagem da palma forrageira (Opuntia Spp.) resistente à cochonilha e sem espinho, tem como propósito focar no fornecimento de alimento de baixo custo de produção, tolerante à seca e com alto teor energético, para a cadeia da pecuária e a criação de pequenos ruminantes.
 
A iniciativa conta com apoio da Funcap através do edital Inovafit. Roberto Caracas, responsável pelo projeto, quer tornar a produção do Ceará equivalente à de outros estados do Nordeste. Segundo ele, a ideia é, montar inicialmente, em parceria com a Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), “vitrines tecnológicas no Alto, Médio e Baixo Jaguaribe para que esse modelo de produção de alta performance, utilizando mudas de palma clonada, possa ser replicado e se tornar autossuficiente, como é na Paraíba e em Alagoas”.
 
A palma forrageira é utilizada na produção de forragem e verdura para consumo humano (principalmente no México, lugar de origem da planta), frutas frescas, cosméticos e produção de biomassa para fins energéticos (combustível ou biogás). Os produtos derivados do vegetal são comercializados nos mercados nacional e internacional – este último, especialmente Estados Unidos e Europa.
 
No Brasil, a palma forrageira a princípio foi trazida com o intuito de hospedar o inseto cochonilha, que produz um corante vermelho (carmim). O negócio acabou se tornando pouco rentável, como relata Roberto Caracas. “Com o avanço da tecnologia na indústria, começaram a produzir o corante de forma sintética, sai muito mais barato e rápido. Só que já tinham introduzido a cochonilha, e o que era para ser um produto, se tornou uma praga”.
 
O Ceará possui menos de mil hectares cultivados com palmas forrageiras, tendo grande parte de seus palmais devastados nas décadas de 1980 e 1990 pela cochonilha do carmim. Como a propagação dessa cactácea realizada por sementes apresenta baixo potencial de germinação, a situação se agrava. Já a produção através do cultivo in vitro possui alta taxa de multiplicação e uniformidade genética, além da resistência a pragas e doenças. Assim, o cultivo de espécies forrageiras, adaptadas às condições do semiárido, é uma importante alternativa para a sustentabilidade de produção nesta região.
 
Segundo Roberto, o objetivo do projeto “é conseguir, com as tecnologias da BioClone, produzir em larga escala mudas de palma clonadas sem espinhos, resistentes à cochonilha, com um custo mais baixo para o produtor e de alto valor genético e fitossanitário”. Ele ressalta que a palma é uma excelente fonte alternativa de renda, fortalecendo a sustentabilidade da pecuária do semiárido cearense e da agricultura familiar. 
Esse tipo de cultura, de acordo com a Bioclone, traz como um dos principais benefícios a ausência de espinhos, que facilita o manejo, tornando-o mais seguro. Além disso, o impacto ao ecossistema da caatinga é menor, pelo uso mínimo de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos. Dependendo da manipulação estabelecida na cultura, é possível não aplicar defensivos por mais de um ano.