Estudante classificado para Olimpíada de Astronomia com apoio do Cientista Chefe 

9 de outubro de 2020 - 17:22

 

O estudante Bismark Mesquita, que tornou-se o primeiro aluno de uma escola estadual do País a chegar à Seleção Brasileira de Astronomia é mais um dos resultados do programa Cientista Chefe, iniciativa da Funcap que tem como objetivo unir o meio acadêmico e a gestão pública para aumentar a qualidade dos serviços prestados à população. Ele obteve o apoio do Grupo de Astronomia da Seara da Ciência (GAS – Interestelar), coordenado pelo Prof. Dr. Ednardo Rodrigues, bolsista de Estímulo à Divulgação Científica ‒ um subprojeto do Cientista Chefe na área de Educação.

Criado para estimular a divulgação científica com foco na Astronomia e na Astronáutica, o subprojeto beneficia mais de 200 estudantes de escolas públicas e privadas, sendo 50 no curso básico de Astronomia e cerca de 180 estudantes na Jornada Cearense de Foguetes. Além disso, o grupo promove o Dia do Asteroide e noites de observação, nos quais participam 100 pessoas, em média, em cada um, e visitas guiadas ao observatório astronômico da Seara da Ciência. 

O professor Ednardo destaca que além da classificação do estudante Bismark Mesquita, aluno da E. E. M. Gov. Adauto Bezerra, no bairro de Fátima, outros doze medalhistas em olimpíadas internacionais já foram treinados pelo projeto.

Segundo o professor, o programa de treinamento atende a estudantes de escolas públicas e particulares, mas a maioria dos participantes vem destas últimas. No entanto, ele vê, na conquista de Bismark, a possibilidade de abrir caminho a outros alunos de escolas públicas: “Ele foi o primeiro aluno de uma escola estadual a chegar à Seleção Brasileira de Astronomia e conseguiu ajuda do Governo do Estado para comprar as passagens para fazer a prova presencial da seleção no Rio de Janeiro. Isso abrirá portas para mais estudantes de escolas estaduais”, comenta. “Contudo a participação dos alunos, independente da escola é importante pois muitos voluntários no projeto são de escolas particulares. Os alunos veteranos utilizam essas aulas para complementar o currículo e aplicar para universidades estrangeiras”, complementa.

O professor enfatiza, ainda, “Por aqui passaram estudantes que hoje estão no MIT, na Georgia Tech e na Universidade de Chicago. Também temos alunos na USP, UnB, UFRJ e UFPE. É magnífico ver onde eles podem chegar. Considero o feito do Bismark  nossa maior vitória até agora, porque representa uma mudança social positiva. E fico mais feliz ainda porque ele quer entrar para a UFC”, comemora.

Ele também fala do papel do Programa Cientista Chefe no esforço de divulgação científica no Ceará: “O programa tem uma proposta que combina bem com os objetivos da Seara da Ciência, onde atuo. É uma parceria que tem dado muito certo. Tem sido uma imensa honra trabalhar sob a coordenação do professor Jorge Lira, Cientista Chefe da Educação, e com o professor Dermeval Carneiro, chefe do setor de Astronomia da Seara e diretor do Planetário Rubens de Azevedo”, finaliza.

Antes dos treinamentos na Seara da Ciência, apenas quatro alunos de escolas cearenses haviam integrado as equipes internacionais de participantes em olimpíadas de Astronomia. “O  Brasil participa da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) desde 2007 e da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA) desde 2009. A partir de 2017, quando a Seara começou a organizar esses treinamentos, tivemos três selecionados em 2017, cinco em 2018 e quatro em 2019. E isso, sem aumento de vagas que são apenas dez por ano para todo o Brasil. Só esse ano, devido à edição virtual, é que foram ofertadas 30 vagas, das quais obtivemos nove representantes”.

Nos treinamentos da Seara os estudantes têm acesso a um conteúdo que abrange temas como Astronomia de posição, Gravitação, Fotometria, Mecânica Quântica e Relatividade Geral. Além disso, têm aulas práticas com telescópios, oficinas de foguetes e visitas ao planetário e aprendem a reconhecer o céu por meio de carta celeste.  A Jornada Cearense de Foguetes reúne estudantes de todo o Estado para o lançamento de foguetes feitos com materiais reciclados.

Durante a pandemia, as atividades continuam à distância. “Todos os nossos eventos de divulgação estão acontecendo online. Nos unimos a clubes astronômicos de todo o Brasil para levarmos o céu à casa das pessoas por meio do Observatório Nacional”.  No dia 22 de outubro, ele participará de transmissão ao vivo sobre os planetas Marte, Júpiter e Saturno, no canal do Observatório Nacional (https://www.youtube.com/user/observatorionacional).