Com apoio da Funcap, pesquisadores desenvolvem capacete de respiração assistida para tratamento de Covid-19

16 de abril de 2020 - 19:08

Projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor), com apoio da Funcap, da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP) e da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), vai promover a produção de capacetes de respiração assistida voltados ao tratamento de Covid-19. A primeira versão do protótipo será feita nesta sexta-feira (17). Os testes devem continuar ao longo da próxima semana.

O capacete, que está sendo batizado de Elmo, é composto de PVC e látex e será direcionado aos hospitais públicos com o objetivo de prover apoio respiratório não-invasivo aos pacientes, mantendo a segurança das equipes de saúde. Estima-se que cerca de 1.000 capacetes sejam produzidos pela indústria local usando insumos disponíveis no Ceará. O equipamento não substitui o respirador convencional, mas pode evitar a necessidade de usar este último. Na Itália, médicos estimaram que o capacete pode reduzir em cerca de 60% a necessidade de respirador.

De acordo com o professor Jorge Soares, diretor de inovação da Funcap, o desenvolvimento do Elmo em um tempo tão curto foi possível graças a uma articulação eficiente que garantiu o projeto, a prototipação e os testes finais. “Com o apoio da Funcap, foi montado um grupo de perfil técnico e de gestão que conta com a participação de representantes do Senai, vinculado à Fiec, da UFC e da Unifor, com orientações de médicos da Escola de Saúde Pública e da Secretaria de Saude do Estado do Ceará. Esse grupo tem trocado incontáveis informações. Ainda faltam passos importantes para produção em larga escala, mas estamos confiantes”, afirma ele.

A Unifor participa da iniciativa em três frentes de atuação: no projeto das peças do capacete, nos testes de validação do protótipo e na integração das ações com as empresas do Grupo Edson Queiroz. Pesquisadores da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Unifor integram o grupo de concepção do projeto, que utilizará as instalações do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) para os testes do protótipo, a partir dos manequins usados no curso de Medicina.

“O mais relevante, nesse momento tão importante de combate à Covid-19, é a integração de academia, governo e indústria no desenvolvimento de uma tecnologia que vai ajudar no tratamento dos pacientes”, destaca o professor Vasco Furtado, diretor da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Unifor.