Empresa apoiada pela Funcap desenvolve sistema automático de detecção de falhas em turbinas eólicas

17 de janeiro de 2017 - 10:49

Com torres que podem chegar a 100 metros de altura (o equivalente a um prédio de mais de 30 andares), as turbinas de energia eólica demandam bastante trabalho em seu processo de manutenção periódica. Para detectar problemas como desgaste dos componentes ou eventuais falhas, é preciso ter acesso a eles em toda a extensão dos equipamentos, uma tarefa nada fácil.

Para ajudar a tornar essa tarefa mais ágil, a empresa Roautec Technologies desenvolveu o projeto “Sistema de Inspeção em Tempo Real de Falhas em Pás de Aerogeradores Utilizando Quadricóptero e Algoritmos de Visão Computacional”. A iniciativa conta com o apoio da Funcap através do edital Inovafit.

Basicamente, o sistema funciona da seguinte forma: um drone aéreo munido de câmeras e sensores faz imagens detalhadas das turbinas e dos componentes em toda a extensão de cada um. Essas imagens são comparadas, através de um software desenvolvido pela empresa, com padrões fornecidos pelo fabricante da turbina. As diferenças são informadas para os técnicos que ficam na base acompanhando o trabalho. A localização dos eventuais problemas (dado essencial, considerando o altura da turbina e a extensão das pás) é feita por georreferenciamento.

Segundo Aluísio Cavalcante, responsável pelo projeto, hoje o trabalho de inspeção das torres é feito com a presença física de técnicos que precisam subir nos equipamentos ou através de drones que apenas registram as imagens. Elas precisam depois ser analisadas por especialistas, para detectar as falhas. “A nossa proposta é inovadora porque o software substitui o trabalho humano na análise das imagens e retorna em tempo real possíveis anormalidades nas pás”, explica.

A principal vantagem, de acordo com o pesquisador, é a agilidade do trabalho. Além disso, o sistema automático pode resultar em redução nos custos de manutenção dos aerogeradores. Esse barateamento, vale ressaltar, tem grande relevância, considerando que um dos grandes desafios da indústria de energia eólica é torná-la mais competitiva em relação a alternativas já consolidadas no mercado.

 

Testes começam ainda em 2017

Para funcionar, o sistema de detecção de falhas precisa de parâmetros fornecidos pelos fabricantes para que o programa possa fazer a captura das imagens das torres e comparar com estes padrões. Atualmente, segundo Aluísio Cavalcante, a empresa está em busca de parcerias com empresas de energia eólica para obter as informações.

“Em 2017, iremos começar os testes de confiabilidade”, afirma ele. Nessa fase, as avaliações do software serão acompanhadas por técnicos para saber o índice de acertos. A lista de possíveis falhas que ele poderá detectar é extensa: rachaduras, falhas na pintura, danos ou desgastes nas bordas das pás e ferrugem nos componentes metálicos são alguns dos exemplos. A expectativa é de que ainda este ano seja lançado um produto final no mercado.