Sem ciência e tecnologia não haverá erradicação da pobreza, diz Dilma

19 de dezembro de 2012 - 11:24

A entrega do Prêmio Jovem Cientista, ontem (18), no Palácio do Planalto, foi motivada pela manifestação de apoio do governo e das empresas à ciência. Incluída entre as prioridades estratégicas do governo federal, a área é apontada pela presidente da República, Dilma Rousseff, como elemento fundamental para a erradicação da pobreza no país.

Sem ciência, tecnologia e inovação, nós não seremos essa nação desenvolvida e não seremos esse país que sepultou, em definitivo, a pobreza extrema e a pobreza”, afirmou a presidente. Segundo ela, o Brasil está diante da oportunidade de qualificar a inovação e a ciência no país. “Nós podemos dar um salto fundamental para elevar a competitividade da nossa economia, mas, como eu disse, também para assegurar que o Brasil tenha, nestas décadas – na década que nós estamos vivendo e nas décadas seguintes –, condições para, de fato, se tornar uma grande nação”.

A parceria público-privada foi citada por Dilma como um instrumento importante para o desenvolvimento nacional: “Sabemos que o Brasil possui um grande potencial para produzir conhecimento científico, conhecimento tecnológico, inovação. Nós temos pesquisadores e cientistas qualificados. Nós temos um instrumento em particular: a pesquisa científica com as nossas empresas, com nosso mundo empresarial”.

Durante a premiação, Dilma elogiou a escolha do tema e os projetos enviados pelos estudantes. “Queria cumprimentar o MCTI e o CPNq pela escolha da inovação tecnológica nos esportes, neste ano. Ele está sem dúvida em linha com esses acontecimentos e com as necessidades do país”, disse. “Cada um de vocês que deram sua contribuição sobre esse tema e o grande número de trabalhos apresentados, 2.070, mostra que houve uma mobilização e que ela surtiu resultados. O elevado nível dos trabalhos inscritos demonstra o talento da nossa juventude.”

Edição 2012

A 26ª edição do Prêmio Jovem Cientista (PJC) contemplou os três primeiros colocados nas categorias Ensino Médio, Ensino Superior e Graduação, além de duas instituições. A premiação inclui no total R$ 600 mil, a entrega de laptops, visitas às fábricas e laboratórios da multinacional General Eletric (GE) no Brasil, a participação na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a publicação das pesquisas vencedoras.

Inscreveram-se 197 estudantes graduados, 105 do ensino superior e 1.768 do ensino médio. Somaram-se a eles 13 candidatos à menção honrosa, categoria para a qual a indicação é feita pelas associações e sociedades científicas (e neste ano, por conta da temática, esportivas). O Prêmio Jovem Cientista é organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a General Electric e o Grupo Gerdau.

A função dos professores de incentivar os alunos foi enfatizada pela presidenta Dilma, que creditou a eles uma missão central para o crescimento do país. “Nós contamos com os educadores para fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, mas também contamos com eles para dar sustentabilidade a todo o esforço de elevar, de superar a pobreza no nosso país. Só a educação será o caminho dos jovens e das crianças para um futuro sustentável e permanente de saída da pobreza”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, defendeu que os jovens cooperem no rompimento dos desafios do crescimento econômico nacional. “Para isso a ciência é fundamental, já que possui os caminhos para a inovação”, comentou. “Acredito que o Brasil possa ser a primeira potência ambiental do planeta. Agora é a hora do sistema de C&T [ciência e tecnologia] participar com vigor do desenvolvimento do país.”

O titular do MCTI lembrou a função estratégica da pasta no governo federal, hoje. “Inicialmente erámos um ministério setorial. Depois da inclusão da inovação e da inserção nas áreas estratégicas ganhamos uma função transversal. Hoje, colaboramos em diversos setores do governo. Os projetos criados por estes estudantes, por exemplo, podem ser aplicados no programa Viver Sem Limite e no Ministério do Esporte, se avaliarem que cabe”, exemplificou. Na avaliação de Raupp, houve um avanço considerável na importância do PJC ao longo dos anos.

Convite

O presidente da GE na América Latina, Reinaldo Garcia, convidou a todos os premiados nas três categorias individuais a integrar a equipe de estagiários do centro de pesquisa da empresa no Rio de Janeiro, em 2013. Em seguida, lembrou que a GE foi fundada pelo cientista Thomas Edison, para motivar os estudantes a continuar empenhados na área da pesquisa científica. “Seu desafio era inventar soluções para a sociedade. Ele produziu mais de mil invenções. A paixão herdada pela ciência é o que nos move e o que deve movê-los também.”

Segundo a vice-presidente do Instituto Gerdau, Beatriz Gerdau, a edição deste ano do prêmio conseguiu aproximar ainda mais a ciência do esporte. “Nos projetos apresentados foi possível detectar que algumas tecnologias irão impulsionar ainda mais o desempenho dos atletas brasileiros no esporte”, observou. Alinhada com a presidenta, ela ainda destacou que o trabalho conjunto entre governo e iniciativa privada na organização do Jovem Cientista “demonstra o comprometimento de ambos com a inovação e a produção do conhecimento”.

Na opinião do presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, essa parceria diagnosticou o caminho propulsor do desenvolvimento nacional: “Governo e empresas perceberam que é por meio da educação que vamos impulsionar o crescimento econômico”. O vice-presidente da República, Michel Temer, também participou da entrega das premiações.

Água

O presidente do CNPq, Glaucius Oliva, foi o responsável pelo anúncio oficial do tema do prêmio em 2013, que será “Água: os desafios para a sociedade”. Ele também apresentou, durante a cerimônia, o cartão do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), que permitirá aos estudantes receber o valor de suas bolsas financiadas pela agência de forma individual e facilitada. “Agora, os jovens quando saem do país para sua viagem já tem a devida segurança financeira para cursar todo o intercâmbio no exterior com tranquilidade”.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação