Prêmio Jovem Cientista anuncia vencedores de 2012

28 de novembro de 2012 - 11:16

A 26° edição do Prêmio Jovem Cientista (PJC) já conhece seus premiados. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27), durante cerimônia no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em Brasília. A premiação inclui no total R$ 600 mil, a entrega de laptops, visitas às fábricas e laboratórios da multinacional General Eletric (GE) no Brasil, a participação na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a publicação das pesquisas vencedoras.

O tema “Inovação tecnológica no esporte” norteou as propostas em 2012. Foram 2.070 inscrições em todo o país – 197 estudantes graduados, 105 do ensino superior e 1.768 do ensino médio – e 13 candidatos à menção honrosa. Para essa categoria, a indicação é feita pelas associações e sociedades científicas (e neste ano, por conta da temática, esportivas).

“O efeito de participar de uma premiação como essa é imensurável na vida de uma pessoa. Os jovens talentos despertados tão cedo para a ciência, tecnologia e inovação têm mais oportunidades de emprego e renda no mercado nacional, pois aproveitaram uma fase importante na sua formação”, enfatizou o presidente do CNPq, Glaucius Oliva.

Ele destacou a importância do tema escolhido para este ano. “O esporte é a atividade mais universal e mobilizadora hoje no mundo. É uma fonte de trabalho e riqueza para a economia dos países. Só nos Estados Unidos, cerca de U$ 60 bilhões são gerados apenas pelo setor de publicidade.”

A Universidade de São Paulo (USP) foi premiada como a instituição de ensino superior com maior número de trabalhos inscritos e selecionados, e o Centro Educacional Adalberto Valle, de Manaus, foi a instituição de ensino médio que mais enviou propostas. Cada uma dessas instituições de ensino será premiada com R$ 35 mil, na categoria Mérito Institucional. As categorias individuais, por sua vez, contemplaram os três primeiros colocados.

“O grande propulsor dos jovens talentos são os professores. Não tem prêmio e material didático que façamos que seja tão importante quanto o papel desenvolvido pelo educador na motivação dos estudantes”, completou Oliva.

Premiados

Os premiados da 26° edição também puderam expressar seus sentimentos após participarem do PJC. O professor Ivaldo Cavalcanti, do Centro Educacional Adalberto Valle, destacou que sua instituição foi a primeira do Amazonas a receber essa premiação. “A meta agora é permanecer no cenário científico com o compromisso de formar alunos para tornar o Amazonas mais forte e o Brasil mais justo”, afirmou.

Segundo ele, a tarefa mais difícil da participação da escola foi o processo de convencimento dos educadores: “Tocar os outros professores é complicado, pois todos têm atividades paralelas. Mas é possível”.

“Este é o coroamento de um projeto de vida acadêmica. Nós vemos o esporte não só como aquele de alto rendimento, mas principalmente como incentivo à saúde”, comentou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luis Fernando Martins Kruel, premiado com a menção honrosa desta edição. “Nosso projeto é voltado para a formação educacional e a produção do conhecimento.” O pesquisador receberá R$ 20 mil.

“O que nós fazemos é algo extremamente inovador para o esporte, que é trabalhar com ênfase na genética”, relatou Rodrigo Gonçalves Dias, premiado na categoria Graduado. “O que o exercício proporciona no estudo do genoma pode ajudar na reabilitação de doenças e na mensuração dos ganhos da prática esportiva.” O estudante da USP será contemplado com R$ 30 mil por conta de sua iniciativa, que dimensiona os avanços em genômica para diagnóstico e atividades terapêuticas.

A categoria Ensino Superior teve como vencedora a estudante da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Priscila Ariane Loschi. “O objetivo da minha proposta é trazer maior conforto para os esportistas produzindo uma roupa inteligente, utilizando materiais que possibilitem mudanças de fases na absorção do calor”, descreveu. Ela receberá R$ 15 mil pela primeira colocação.

Sem barreira de idade

O aluno do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Pedro Vital Brasil, premiado na categoria Estudante do Ensino Médio, contou que já possui uma bolsa de Iniciação Científica Júnior (PIC) do CNPq e que o nível inicial de escolaridade não impede a produção de conteúdos científicos na sua idade. “Qualquer um pode fazer ciência”, afirmou. “Me comprometi a pensar e escrever sobre isso e fiz. Acho que a teoria da necessidade de um doutorado já caiu depois disso.”

João Pedro lembrou como teve a ideia de dar início ao projeto premiado. “Andando pela praia percebi que quase todas as pessoas usavam celulares para escutar música. É muito difícil quem não tenha esse hábito”, disse. “A partir dessa constatação pesquisei aplicativos de celular que identificam as batidas do coração por minuto e o efeito da canção no corpo, e qual melodia a pessoa necessita conciliando com o momento que toca, proporcionando estímulo ou relaxamento.” João Pedro receberá um laptop como prêmio.

“É incrível encontrar entre os jovens ideias tão criativas e inovadoras que podem nos ajudar tão bem no cotidiano”, disse Glaucius Oliva, do CNPq. “Os grandes eventos que ocorrerão no país são motivadores para a ciência, sociedade e economia. A definição deste tema ocorreu justamente após a lembrança sobre os ótimos desempenhos dos atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos, o que ocorreu este ano novamente. Constatamos que nas modalidades que necessitam de alta tecnologia ainda não temos o mesmo impacto, o que esperamos que mude em 2016, no Brasil.”

Os três primeiros colocados em cada categoria serão recebidos pela presidenta Dilma Rousseff no dia 5 de dezembro, para a cerimônia de entrega da premiação no Palácio do Planalto. Acesse o site do Prêmio Jovem Cientista.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MCTI