Nanotecnologia precisa chegar mais à indústria, aponta representante do MCTI

22 de novembro de 2012 - 19:02

O Brasil deu um grande salto na produção de nanociência e nanotecnologia de qualidade nos últimos dez anos, mas isso não se traduziu em produção industrial de porte expressivo. A declaração foi feita pelo coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGNT/MCTI), Flávio Pentz, durante sua apresentação sobre a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia, na abertura do 2º Workshop Nanotecnologias: da ciência ao mundo dos negócios, realizado em Fortaleza (CE) na quarta-feira (21).

Mesmo reconhecendo o descompasso entre a produção científica e a industrial no campo nanotecnológico, Plentz confia que essa fase será superada. “Com certeza, o Brasil vai vencer essa etapa de industrializar a nanotecnologia com sucesso no porte e volume que a gente precisa”, afirmou.

Na oportunidade, o coordenador do MCTI destacou a importância de programas de inovação tecnológica do ministério, como o SisNANO, sistema formado por 50 laboratórios multiusuários direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em nanociências e nanotecnologias, para aplicação em áreas estratégicas: aeroespacial, agronegócio, defesa, energia, meio ambiente e saúde. No campo internacional, ele apontou a implantação do Centro Brasil-China de Nanotecnologia e iniciativas como o 1º Workshop Brasil-Canadá em Nanotecnologia, que vai ser realizado nos dias 5 e 6 de dezembro, em São Paulo.

O principal objetivo do evento é mostrar aos empresários cases de sucesso de empresas que já utilizam instrumentos governamentais que permitem incorporar a nanotecnologia aos seus negócios. A possibilidade existe, é real e está ao alcance”, afirmou o coordenador.

CIN

Ao ressaltar que academia e governo têm de andar de “mãos dadas”, Flávio Plentz explicou que o Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN) é integrado por oito ministérios: MCTI – responsável pela coordenação de ações; Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Defesa (MD); Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); Educação (MEC); Meio Ambiente (MMA); Minas e Energia (MME) e Saúde (MS), que atuam juntos na definição, implementação e financiamento de políticas públicas de pesquisa em nanotecnologia.

Suas principais atribuições são: propor mecanismos de acompanhamento e avaliação de atividades na área; recomendar planos, programas, metas, ações e projetos integrados para consolidação e evolução das nanotecnologias no país, indicando potenciais fontes de financiamento e recursos necessários para apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Troca de experiências

Para Lindormar Roberto, coordenador de projetos e idealizador da Policlay Nanotech, empresa a apresentar caso de uso da nanotecnologia na indústria de alimentos, o evento foi uma oportunidade de divulgação dos trabalhos e de interação com outros pesquisadores e empresários. “É uma ocasião importante e também é muito importante a participação do Estado, para que ele possa conhecer nossas necessidades”.

De acordo com a a supervisora química da Esmaltec, Adriana de Oliveira Sousa Leite, o workshop funcionou como um portal de informações, pois muitas empresas não possuem todas as informações sobre os mecanismos de fomento. “A industria é viva e ela está diariamente buscando inovação para tornar seus produtos mais competitivos, que agreguem valor aos seus clientes e que ocasionem baixos impactos ambientais. É muito saudável a inciativa dos órgãos res-ponsáveis para divulgar quais são os cami-nhos para fomentar a nanotecologia”.

Sobre o workshop

O evento contou com apresentações sobre instrumentos de incentivo e financiamento à inovação disponíveis para o setor privado e apresentação de casos de sucesso de empresas que já investem em nanotecnologias. É uma iniciativa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE); em parceria com o MCTI, com apoio do MDIC, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Segundo Flávio Plentz, o evento cumpriu seu objetivo. “O Governo e o MCTI encaram a área como estratégica e nós estamos trabalhando para que a nanotecnologia mude o perfil econômico do Brasil”, afirmou.

Com informações da Assessoria de Comunicação do MCTI