Por onde andavam e andam os dinossauros do Araripe

16 de março de 2012 - 13:33

16/02/2012

Há vários anos os dinossauros povoam o imaginário de crianças e adultos, transportando-os para outros tempos geológicos. Filmes como ‘Jurassic Park’ – O Parque dos Dinossauros (1993) e ‘O Mundo Perdido: Jurassic Park’ (1997) foram verdadeiros sucessos de bilheteria, lotando as salas de cinema na década de 1990. Álbuns de figurinhas, revistas infantis, chocolates, brinquedos… é grande a variedade de produtos que materializam a curiosidade das pessoas pelo mundo da Paleontologia. Na prática, são os fósseis que nos permitem um fácil envolvimento com esses seres já extintos, demonstrando a importância dessa ciência no entendimento dinâmico da vida no planeta.

No Ceará, um dos maiores redutos de fósseis é a Bacia do Araripe, conhecida por seu diversificado conteúdo paleontológico do período Cretáceo (entre 145,5 e 65,5 milhões de anos atrás). Com o objetivo de reunir dados sobre espécies de dinossauros já descritas da região, o pesquisador George Antas Rodriges, elaborou a monografia “Por onde andavam e andam os dinossauros do Araripe”, fruto de sua especialização em Paleontologia e Geologia Histórica pela Universidade Federal do Ceará. O curso foi realizado através de parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca) e com o patrocínio da Funcap.

De acordo com George, o trabalho visou à elaboração de um texto-síntese que sirva como base para trabalhos de divulgação científica voltados ao público escolar e a leigos. “Apresentar, de maneira acessível, informações sobre esses organismos pode auxiliar sua valorização, inibindo sua depredação e comercialização”, explica.

Segundo a pesquisa, os dinossauros do Araripe conhecidos até hoje são todos do grupo dos epinossaurídeos (dinossauros carnívoros e bípedes) que viveram principalmente na região onde é hoje o norte da África, pois o Araripe no período Cretáceo tinha conexões terrestres com este continente. Ao final do trabalho, o pesquisador concluiu que só existem registros de dinossauros da Bacia do Araripe no Membro Romualdo da Formação Santana, preservados dentro de concreções calcárias e pertencentes às espécies Irritator challenderi e/ou Angaturama limai (acredita-se que as duas espécies sejam a mesma), Santanaraptor placidus e Mirischia asymmetrica.

Atualmente, restos de Angaturama limai e Santanaraptor placidus encontram-se no Rio de Janeiro, o primeiro no Museu de Ciências da Terra na Praia Vermelha, pertencente ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e o segundo no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Ambos saíram do Araripe na década de 1990, sob a responsabilidade de Diógenes de Almeida Campos, diretor do 9º Distrito do Rio de Janeiro do DNPM, e de Alexander Kellner, pesquisador do Museu Nacional.

Alguns fósseis de dinossauros do Araripe cruzaram o Atlântico e descansam hoje em museus da Alemanha. No Staatliches Museum für Naturkunde Stuttgart (www.naturkundemuseum-bw.de/), encontram-se restos de Irritator challenderi e, no Staatliches Museum für Naturkunde Karlsruhe (www.smnk.de), de Mirischia asymmetrica. Ambos foram adquiridos por essas instituições através de intermediários, pois na Europa a compra de fósseis é legal.

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