Capes e CNPq comemoram 60 anos durante Reunião da SBPC

13 de julho de 2011 - 17:10

Da Agência Funcap
Por Giselle Soares

Goiânia – A semana é de comemoração para a ciência brasileira. Além da realização da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, as duas maiores agências de fomento à pesquisa do país, Capes e CNPq, comemoram 60 anos de existência. Para celebrar a data, duas sessões especiais foram organizadas durante a programação da SBPC.

Na terça-feira, quando foi comemorado o aniversário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o presidente da instituição, Glaucius Oliva, destacou que a atividade científica ainda é recente no Brasil, com séculos de atraso em relação a outros países. “Até a metade do século passado, os cientistas não eram reconhecidos, a dedicação à ciência era uma atividade parcial, que só foi validada na década de 1960. Rio de Janeiro e São Paulo eram praticamente os únicos estados onde se fazia ciência. Foi nesse cenário que nasceu a SBPC, que junto com a Academia Brasileira de Ciências apoiou a criação do CNPq.

Oliva lembrou, ainda, que a pós-graduação brasileira foi criada na década de 1960 e que até a década de 1980 o país era responsável por somente 0,5% da produção científica mundial. Atualmente, o Brasil ocupa a 13ª posição nesse ranking, à frente de países como Rússia e Holanda.

Segundo ele, apesar de a atividade científica estar crescendo em um ritmo satisfatório, o país ainda precisa inovar nos investimentos privados de empresas. “Em 2010, nós formamos 12 mil doutores e 40 mil mestres. Nós estamos produzindo pesquisadores, mas eles não estão indo para a indústria, estão permanecendo nas academia”, afirmou.

Hoje (13), foi realizada a sessão comemorativa do aniversário da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A presidente da SBPC, Helena Nader, abriu a sessão lembrando que a Capes passou a atuar também na educação básica, incentivando a formação de professores. Ela destacou as ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), que objetiva incentivar a carreira do magistério em educação básica, e a criação da Universidade Aberta do Brasil, sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior a camadas da população com dificuldade de acesso à formação universitária, através da educação à distância.

O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães disse que apesar dos avanços, o país continua distante de avançar em qualidade na educação básica e de ter a proporção ideal de profissionais qualificados na pós-graduação. “A pós-graduação brasileira tem um ‘crescimento chinês’, mas ainda formamos poucos doutores, uma média de 1,4 para mil habitantes. Isso mostra que estamos distantes de chegarmos a uma formação de recursos humanos qualificados para o desenvolvimento do Brasil. Hoje nós formamos 12 mil doutores por ano. Nossa meta é formar 20 mil doutores e 60 mil mestres por ano até 2010. Além disso, precisamos investir também no mestrado profissional”, finalizou.