Pesquisa da UFC deve facilitar o diagnóstico do câncer de mama

10 de março de 2011 - 18:29

Da UFC

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) encontraram uma forma mais barata e eficaz para o diagnóstico do câncer de mama. Coordenado pelo professor Luiz Porto, o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON) conseguiu encontrar uma forma mais barata e eficaz de constatar se o tumor se estendeu para a axila da mulher. Quando isso ocorre, é sinal de que houve metástase e, além da região afetada no seio da paciente, também é necessário retirar o tecido da parte inferior do braço, procedimento que ocasiona complicações funcionais no lado operado.

Para saber se a doença chegou àquela região, o médico precisa localizar na paciente o chamado “linfonodo sentinela”, o primeiro a ser atingido quando as céulas cancerígenas se espalham. Caso ele esteja intacto, evita-se o esvaziamento da axila. Atualmente, existem duas formas de identificar esse linfonodo: utilizando-se o marcador corante “azul patente”, que custa em média R$ 86,00, ou a substância radioativa denominada “tecnécio”, com custos aproximados de R$ 600,00. Além do preço elevado, ambas podem causar reações adversas. A boa notícia é que a UFC pode ter encontrado uma alternativa para o problema.

O grupo de pesquisa descobriu em experimento com cadelas que um derivado do sangue chamado “hemossiderina” também tem propriedades que ajudam a localizar o linfonodo. Trata-se de uma espécie de “marcador natural”, sem grandes custos e livre de riscos. De acordo com o Prof. Luiz Porto, a pesquisa é pioneira e, caso comprovada a eficácia em seres humanos, deverá ser utilizada em hospitais de todo o mundo. Segundo ele, diversas revistas científicas internacionais já demonstraram interesse no tema.

A técnica foi publicada como nota prévia na Ata Cirúrgica Brasileira e o Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos já autorizou a aplicação experimental em pacientes do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC. A pesquisa financiada pelo Banco do Nordeste começará em março deste ano. As expectativas, segundo Luiz Porto, são otimistas. Os resultados dos testes com mulheres devem ser concluídos ainda este ano.