Computação pode contribuir para Brasil se destacar como país inovador

18 de fevereiro de 2011 - 18:19

Da Agência Funcap

Caminhando em um ritmo de crescimento na produção científica que pode colocá-lo entre os dez países mais importantes do mundo, na área, o Brasil precisa enfrentar novos desafios para consolidar as atividades de pesquisa e inovação. Um deles é incentivar ainda mais as parcerias entre empresas e universidades com o objetivo de promover a inovação. A boa notícia é que ficou mais fácil estabelecer esse convênios.

Essa é a avaliação que o presidente da Funcap, Tarcísio Pequeno, faz do cenário atual da ciência brasileira. Em um palestra sobre inovação proferida na aula inaugural dos cursos de mestrado e doutorado de Ciências da Computação, da Universidade Federal do Ceará (UFC), ele conclamou os alunos a buscarem a excelência para levar o país a obter destaque no setor. Áreas de estudo ligadas a computadores e tecnologia têm trazido constantes inovações, como smartphones, redes sociais e sistemas operacionais, que estão causando uma revolução no mundo. No entanto, o Brasil ainda não conseguiu se destacar nesse sentido.

“Temos algumas áreas de excelência, como a pesquisa agropecuária, a exploração de águas profundas pela Petrobras e o desenvolvimento de aviões de pequenas distâncias. Mas não existe, por exemplo, uma rede social ou um telefone celular criados no Brasil que tenham conseguido alcance mundial”, lembrou Tarcísio. Segundo ele, é preciso tentar produzir alguma coisa que seja a melhor – não só do Brasil, mas do mundo.

E na Computação, ressaltou Tarcísio, mesmo com todos os progressos obtidos atualmente, um desafio ainda precisa ser vencido: descrever o mundo através dos equipamentos de informática e suas linguagens, ou seja, conseguir reproduzir, no universo das máquinas, toda (ou pelo menos a parte que interessa para promover o bem-estar das pessoas) a complexidade do mundo real. “A humanidade já teve duas grandes revoluções no seu esforço de descrever o mundo. A primeira foi a invenção da linguagem. A segunda, a invenção da escrita. A terceira será reproduzir a realidade através da Computação”, disse.

Por fim, o presidente da Funcap destacou que o conceito de inovação não é necessariamente relacionado a tecnologia de ponta, mas a invenções simples que facilitam a vida das pessoas e, por isso, passam a fazer parte do seu cotidiano. Ele citou como exemplo de uma grande inovação da humanidade os algarismos arábicos, que substituíram os algarismos romanos e trouxeram ganho de tempo significativo para as operações matemáticas.