Curso aborda novas tecnologias na produção e processamento industrial do caju

11 de fevereiro de 2011 - 18:18

Da assessoria da Secitece

Vai até sexta-feira (11/2) o primeiro módulo do treinamento que capacita sobre as tecnologias mais atuais para a produção do caju. O curso “Sistema de Produção do Cajueiro: Tratos Culturais, Controle Fitossanitário e Processamento Industrial” é realizado no Campo Experimental de Pacajus, e está treinando os técnicos de nível superior envolvidos no Projeto de Inclusão Social e Produtiva na Cadeia do Caju dos territórios dos Vales do Curu e Aracatiaçu e Maciço de Baturité.

O curso integra as atividades promovidas pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) no projeto Intercaju, que vem apoiando à implantação de ferramentas tecnológicas na produção e comercialização do caju.

“O treinamento irá contribuir para o desenvolvimento dessa atividade nessas áreas”, explica René Barreira, secretário da Secitece. Os moradores dos Vales do Curu e Aracatiaçu e do Maciço de Baturité têm a cajucultura como uma das principais atividades econômicas, sejam reunidos em micro e pequenas empresas ou através da agricultura familiar.

O baixo nível tecnológico, as dificuldades com operações logísticas e a falta de integração entre os elos da cadeia produtiva ainda impedem que a região alcance a qualidade dos produtos exigida no mercado nacional e internacional. Além disso, não há diversificação do que é oferecido, sendo na maioria das vezes somente a castanha comercializada e o pedúnculo totalmente desperdiçado.

O curso é dividido em dois módulos de 40 horas cada. O primeiro, ministrado nesta semana, tem como foco o sistema de produção do caju. O segundo módulo será dado dos dias 21 a 25 de fevereiro e abordará o processamento industrial.

O treinamento é ministrado por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical, que possuem qualificação em todos os elos da cadeia produtiva do caju. “Com o curso, serão melhoradas as práticas de produção e processamento industrial do caju, por meio do aumento da produtividade, utilização do pedúnculo do caju e formação de equipes de multiplicadores, responsáveis pela difusão das tecnologias”, explica Francisco Carvalho, coordenador de Ciência e Tecnologia da Secitece.

R$ 2 milhões para a cajucultura do Estado

O projeto Intercaju foi concebido pelo Governo Estadual, através da Secitece, e já teve recursos aprovados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da ordem de R$ 1 milhão. Em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e Sebrae, a iniciativa quer injetar R$ 2 milhões para o desenvolvimento da cajucultura nas regiões do Vales do do Curu e Aracatiaçu e do Maciço de Baturité.

Dentre as medidas a serem implantadas estão o estímulo à organização dos produtores e a inserção, dentro da cadeira produtiva, de tecnologias que garantam aumento na produtividade, o que trará também melhoria das condições de trabalho”, explica José Ismar Parente, consultor da Secitece e responsável pela elaboração do projeto.

A compra de equipamentos e a melhoria das instalações nas micro e pequenas empresas são algumas das ações do projeto Intercaju que, de acordo com René Barreira, “foi concebido dentro da visão do Estado como mais uma alavanca para o desenvolvimento regional”. Os agricultores também receberão incentivo através do estímulo a agroecologia, que contempla a diminuição do uso de agrotóxicos, o comércio solidário e justo e o respeito ao meio-ambiente.

O uso da tecnologia para fins sociais e de empregabilidade prevê a expansão do número de produtores, a inclusão social e o aumento da renda na região. O projeto tem ainda a parceria da Embrapa e do Instituto Centec. “É necessária a integração de diversas instituições de apoio ao agronegócio, dos centros de ensino e pesquisa, das prefeituras locais e da comunidade rural como um todo, para o desenvolvimento da cadeia produtiva da cajucultura na região”, complementa René Barreira.