Mais perto da partícula de Higgs

26 de março de 2009 - 17:16

Da Agência Funcap, com informações do The Guardian

Há mais de 40 anos, o físico Peter Higgs e outros cientistas tiveram a idéia de que um campo invisível permeia o espaço e confere massa a partículas elementares, como os quarks, que formam prótons e nêutrons no núcleo atômico e léptons, como os elétrons, que formam nuvens ao redor do núcleo e mantêm os átomos eletricamente neutros.

Assim como o fóton é a partícula da luz, o bóson de Higgs é a partícula associada com o que tornou-se conhecido como o campo de Higgs. Sem o campo, as partículas elementares da natureza não teriam massa, dessa forma, a matéria que vemos hoje e que forma planetas, estrelas, e mesmo seres humanos, não existiria.

Nos anos 1990, cientistas do Cern (Centre Européen pour la Recherche Nucleaire – Centro Europeu para Pesquisas Nucleares) trabalhavam com um antigo colisor de partículas denominado LEP e fizeram intensas pesquisas sobre o bóson de Higgs. Eles excluíram várias possibilidades de massas que a partícula poderia ter e podem tê-la vislumbrado antes de a máquina ser desligada para abrir caminho para o LHC. Quando o LEP deixou de funcionar, no final de 2000, os cientistas sabiam que a partícula de Higgs deveria pesar mais de 114GeV (giga-elétron volts).

O LHC (Large Hadron Collider, mais conhecido como acelerador de partículas), que substituiu o LEP, é um equipamento construído entre a França e a Suíça que entrou em operação em setembro de 2008. Atualmente, ele encontra-se paralisado para reparos.

Encontrar o bóson de Higgs pode ser a maior descoberta física do século 21, mas o Cern não é o único laboratório procurando por ele. Cientistas do Fermilab’s Tevatron, o mais poderoso colisor de partículas em funcionamento no mundo, estão se aproximando da partícula. A última busca deles excluiu a possibilidade de a partícula ter entre 160 e 170 GeV, o que significa que as expectativas agora são de que o bóson seja encontrado entre dois intervalos: 114 e 159 GeV e 171GeV e 185 GeV. A procura continua e, quanto mais tempo o Cern leva para consertar o LHC, maiores são as chances do Fermilab conseguir encontrar.

Em um comunicado do Fermilab, foi anunciado que uma colisão de partículas no Tevatron pode produzir um bóson de Higgs de várias maneiras e que a partícula pode se fragmentar em várias outras. Cada experimento examina mais e mais possibilidades. Combinando todas elas, é esperado que se encontre uma primeira pista da partícula. Talvez a espera não seja longa. A natureza do bóson de Higgs, quando e se for descoberto, provavelmente vai iniciar uma nova era na Física.