Laboratório veterinário da UECE irá fazer fertilização in vitro

22 de janeiro de 2009 - 18:45

Qui, 22 de Janeiro de 2009 09:30

Por Sílvio Mauro
Da Agência Funcap

A Faculdade de Veterinária (Favet), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), irá construir um laboratório capaz de fazer fertilização in vitro de animais. Resultado de um investimento de aproximadamente 105 mil reais, vindos de uma verba fornecida pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o local, de acordo com o professor Célio Pires, diretor da Favet, será o único do Nordeste com essa tecnologia e irá representar uma expressiva redução de custos para os produtores cearenses.

Célio Pires cita o exemplo da criação de gado bovino. Hoje, de acordo com ele, existem no Ceará as raças gir, nelore, guzerá e gersey. Quando os produtores precisam fazer fertilização in vitro, é preciso trazer um técnico da região Sudeste para fazer avaliação das vacas reprodutoras. Após essa etapa, ele retorna ao seu estado de origem e marca um dia para coleta, quando retorna ao Ceará. Em seguida, vai novamente ao laboratório, para maturação e fecundação, e, por fim, volta ao Ceará para a inserção do embrião no animal. “Só com passagens de avião, é um custo muito alto”, explica o professor.

Ele acrescenta, ainda, que só os criadores de gir, nelore e guzerá têm tido condições de arcar com essas despesas. “Para o gersey, por ser uma criação recente, fica inviável”, diz. A expectativa, no entanto, é que o laboratório a ser criado leve os criadores a realizarem a fertilização in vitro de gersey em território cearense. Hoje, o custo, por bezerro, do processo realizado por técnicos de fora fica em cerca de 950 reais. “Quando for feita aqui, ela vai custar uns R$ 500,00. É uma redução de quase 50%”, afirma. A economia que isso representa para os produtores fica mais explícita quando se considera que cada um deles faz, em média, cinco coletas anuais por vaca.

Para o professor Ricardo Figueiredo, coordenador do Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-Antrais (Lamofopa), outro benefício do novo centro de pesquisa será a aproximação entre universidade e empresas, uma prática comum em países desenvolvidos, mas que não acontece com muita freqüência no Brasil. Com espaço para cinco laboratórios, o local irá permitir a busca por parceiros na iniciativa privada. “Será uma forma de assimilar mão-de-obra vinda da pós-graduação e, ao mesmo tempo, prestar serviço para as empresas”.