Cientista Chefe de Recursos Hídricos

 

 

Pesquisador responsável – Francisco de Assis Souza Filho

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (1990), tem mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2006). Atualmente é professor do departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4988966386848759

 

 

Órgão beneficiado: Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH)

 

 

 

Ciência e Inovação em Políticas Públicas (Metaprojeto)

 

A garantia de água em quantidade e qualidade adequadas para os usos — humanos, econômicos e ecossistêmico – e a prevenção e a resposta a eventos hidrológicos extremos como secas e cheias são condições básicas para o desenvolvimento da sociedade, sendo as mesmas, também, dimensões intrínsecas à segurança hídrica. É essencial conectar a ciência e a pesquisa com as necessidades da política de recursos hídricos do Estado para o enfrentamento destes desafios de forma a buscar a melhor resposta que a ciência possa oferecer à atividade e/ou problemática da água. A interação academia-governo-indústria é estratégia recomendada para fazer frente a estes desafios e possibilitar, também, a resolução de relevantes problemas do sistema atual e produzir tecnologias com potencial de replicação pelo mundo – gerando, assim, startups que exportarão produtos de alto valor agregado.

 

Objetivos

– Definir problemas e demandas científicas e tecnológicas da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e formular um roadmap para a pesquisa e o desenvolvimento;

 

– Ouvir a comunidade de pesquisa e de empresas por meio de workshops com vistas a definir estratégias específicas para desenvolver os projetos oriundos do roadmap da SRH;

 

– Criar a equipe a ser liderada pelo cientista-chefe em cada área ou tema específico;

 

– Articular a apresentação de projetos de pesquisa e de inovação à Funcap, de modo a aproximar as necessidades do Estado daquilo que está sendo pensado pela academia e por empresas inovadoras nas áreas estratégicas selecionadas;

 

– Desenvolver projetos que tenham, como produtos, soluções claras para problemas prioritários para o Estado do Ceará, considerando curto, médio e longo prazos;

 

– Definir e implementar projeto estratégico prioritário de impacto e resposta rápida para ser iniciado imediatamente.

 

Gerenciamento de risco, alocação e operação sistema de recursos hídricos (Subprojeto 1)

O estado do Ceará está localizado numa região de semiárido onde o principal fenômeno climático é a seca. Diante disso, a água não é apenas um recurso natural, mas, também é um bem estratégico, político, de valor econômico e que precisa ser alocado de maneira eficiente e justa. Diante desse contexto, é relevante um estudo e análise da alocação de água no Ceará numa perspectiva de harmonizar procedimentos, definir os riscos e incertezas, construir bases para a normatização da alocação negociada de água e instrumentalizar os gestores de recursos hídricos no processo de gestão de risco na alocação de água.

 

Objetivos

– Elaborar o histórico da alocação de água no Ceará;

 

– Diagnosticar e analisar a alocação negociada de água em cada região hidrográfica;

 

– Mapear os conflitos e a estratégia atual para gerenciamento destes em cada região hidrográfica;

 

– Desenvolver um estudo hidrológico das incertezas do regime fluvial;

 

– Realizar a operação dos hidrossistemas com vistas a alocação de água: cenarização e otimização do sistema;

 

– Analisar o arcabouço legal-institucional e identificar possibilidades de aprimoramento da alocação de água;

 

– Analisar os instrumentos de gestão com vistas a identificar e potenciar sinergias positivas com a alocação de água;

 

– Avaliar os riscos e as incertezas (políticas, institucionais, hidrológicas, climáticas e econômicas) para o mecanismo de alocação;

 

– Propor uma estratégia geral para a alocação negociada de água;

 

– Construir uma base operacional padrão para a alocação de água;

 

– Definir regras de operação hidráulica-hidrológica, incluindo automação, para os hidrossistemas;

 

– Incorporar a informação climática sazonal na alocação negociada;

 

– Realizar capacitação institucional.

 

Avaliação da variabilidade espaço temporal da qualidade da água e sedimento na Praia do Futuro (Subprojeto 2)

A diversificação da matriz hídrica é uma meta do Plano de Ações Estratégicas de Recursos Hídricos do Estado do Ceará. Nesse contexto uma ação inovadora e audaciosa está em curso, com a construção da primeira planta de dessalinização no estado do Ceará. Para tanto se faz necessário ações primárias, especialmente quanto a qualidade da água marinha a ser usada, bem como também dos fatores secundários de suma importância para o funcionamento da planta, o que influenciará na qualidade do recurso hídrico a ser produzido. É importante também um amplo planejamento do destino do resíduo produzido pela planta. Nesse contexto a qualidade da água marinha e do sedimento, bem como indicadores biológicos marinhos e a circulação oceânica na região serão investigados no intuito de promover o sucesso desse empreendimento.

 

 Objetivos

– Avaliação da qualidade da água e sedimento;

 

– Avaliação das variáveis oceanográficas;

 

– Avaliação de indicadores biológicos.

 

Estudos e soluções tecnológicas visando o aumento da resiliência às secas (Subprojeto 3)

As secas são eventos usuais associado a variabilidade climática não devendo ser tratada como anomalias no estado natural do clima. Desta forma, estas secas requerem o gerenciamento do seu risco e a construção de métodos e instrumentos de gestão que promovam maior resiliência para os sistemas sócio naturais. A construção de sistemas resilientes requer melhorar as estruturas e os processos sociais e ecológicos que lhe permitem reorganizar-se após uma perturbação (WALKER et al., 2001). Deste modo, o primeiro passo para alcançar a sustentabilidade hídrica é visualizar o hidrossistema como um sistema sócio-natural e complexo. Os atuais eventos de seca que ocorrem no Brasil são um depoimento vivo da necessidade de uma gestão adaptativa. Com isso, esta proposta busca produzir conhecimento técnico-científico que possibilite a melhoria do processo de gestão de seca por meio de uma análise acurada dos sistemas de irrigação e da alocação de água entre usos, bem como, o uso de tecnologias voltadas para prover água potável para os municípios no estado.

  

Objetivos

– Avaliar o uso da água nos sistemas de irrigação;

 

– Analisar o processo de alocação de água entre usos no Sistema Jaguaribe-Metropolitano;

 

– Desenvolver mecanismos de gestão de seca para o sistema Jaguaribe-Metropolitano;

 

– Proporcionar suporte ao estado do Ceará com relação à definição de tecnologias holandesas, as quais poderiam ser adequadas para atender a demanda local de novas alternativas de água limpa nos diferentes locais no estado.

 

Expansão da oferta de água: Otimização do sistema e incorporação das fontes alternativas (Subprojeto 4)

 

Objetivos

– Construir um modelo para a matriz de abastecimento de água de Fortaleza considerando fontes alternativas e elaborar uma estratégia de utilização dessa matriz;

 

– Proporcionar para a Região Metropolitana de Fortaleza Sustentabilidade Hídrica com o menor custo de construção e operação da infraestrutura hídrica.