Embrapa participa da IV conferência da Aliança Africana de Cajucultura

17 de setembro de 2009 - 18:38

Da Agência Funcap

Por Giselle Soares

Demonstrar várias das possibilidades de uso do pedúnculo do caju (a parte amarelada ou vermelha, de onde se extrai o suco) a outros países. Esse foi o principal objetivo da expedição da Embrapa Agroindústria Tropical ao continente africano. Representantes da empresa participaram da IV Conferência Anual da Aliança Africana de Cajucultura, entre os dias 1 e 3 de setembro, em Abidjan, capital da Costa do Marfim.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Vitor Hugo de Oliveira, a expedição tinha como finalidades, além da participação na conferência, que contou com representantes de produtores de caju de cerca de 20 países, a apresentação dos vários usos do pedúnculo do caju, e a tentativa de firmar parcerias no sentido de estabelecer um intercâmbio de tecnologias entre o Brasil e outros países produtores.

De acordo com ele, o Brasil é praticamente o único país do mundo que tem bom aproveitamento industrial a partir do pedúnculo do caju. “Nós produzimos, por exemplo, cajuína, sucos, vinho de caju, hambúrgueres e barras de caju, que são semelhantes a barrinhas de cereal, mas possuem maior teor nutritivo e de vitamina C. Os outros países não conseguem tantos produtos”, afirma.

Atualmente, pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical estão trabalhando em parceria com a Universidade de Montpellier, na França, na obtenção de corante a partir de bagaço do pedúnculo. “Essa tecnologia tem grande potencial de agregação de valor ao caju. Os corantes artificiais estão cada vez mais condenados no mundo. Na França, por exemplo, a partir de 2010 o uso desses produtos será bastante restrito. Corantes naturais são difíceis de serem encontrados. No mundo, eu poderia citar 3 ou 4 que são obtidos a partir de espécies vegetais. Além disso, o corante amarelo é muito raro e possui várias aplicabilidades na indústria alimentícia, como a produção de sucos, refrigerantes e massas”, destaca Vitor. Esse produto deve ser finalizado em um ano.

Além da Costa do Marfim, a expedição visitou a Embrapa África, em Gana. O objetivo da viagem era discutir possíveis parcerias com órgãos do país, como o Ministério da Agricultura. Os representantes brasileiros estiveram no Instituto de Pesquisa do Cacau que, apesar do nome, também trabalha com outros produtos, inclusive o caju. A intenção era promover uma espécie de intercâmbio de tecnologias entre os dois países.